No dia do conselheiro tutelar transcorrido em 18 de novembro, integrantes do órgão estiveram na Câmara de Vereadores, atendendo ao requerimento encaminhado na casa legislativa pelo vereador Marcos Narciso Junior(PDT). O legislador disse que encaminhou a solicitação, após uma visita que fez ao Conselho Tutelar de Nova Petrópolis, onde foi informado de questões que lhe chamaram bastante a atenção.
O vereador lembrou que o órgão atua quando precisa intervir; e muitas vezes em situações de risco sem receber auxilio periculosidade, insalubridade, adicional noturno ou suporte psicológico. Marcos Narciso Júnior destacou ainda em sua fala, a estrutura defasada do Conselho Tutelar, a falta de motorista e a defasagem salarial de seus integrantes. “Precisamos valorizar o Conselho Tutelar, quando fui procurado logo pensei e propus para que viessem aqui a esta casa. O trabalho que é feito em Nova Petrópolis é digno de exemplo, porém hoje temos cinco conselheiras ativas e apenas um suplente e é preciso pensar por que isso está ocorrendo, esse é um cargo eletivo que exige dos conselheiros uma entrega que também precisa ser valorizada”, disse o vereador.
A Coordenadora Carla Burgardt disse estar feliz por estar na Câmara de Vereadores representando o Conselho Tutelar. Falou sobre o trabalho do órgão e destacou ter uma equipe muito comprometida e responsável que trabalha com afinco para equacionar situações que surgem no dia a dia e que envolvem diversos casos. “No dia do conselheiro tutelar não viemos aqui para comemorar, mas para refletir sobre o que significa estar todos os dias na linha de frente da proteção das crianças e adolescentes e refletir sobre o compromisso assumido não apenas com a legislação, mas com a vida humana. Falando como mulher, mãe e filha e como alguém que carrega histórias que jamais deveriam ter ocorrido com crianças e adolescentes da cidade; é preciso dizer que falta apoio, entendimento da nossa estrutura e preparo da rede de proteção”, disse.
Destacou não ser uma queixa e sim um diagnóstico, porque a demanda da cidade aumentou, assim como a complexidade dos casos. “Não lidamos com casos banais, são casos complexos, pesados por que de fato o Conselho Tutelar é o único serviço de plantão do município que verdadeiramente está 24 horas à disposição tendo todas as suas conselheiras com um profundo senso de missão”, disse. Segundo ela, de junho a outubro deste ano, dados estatísticos mostram o atendimento de 1.353 casos em Nova Petrópolis envolvendo denúncias, violência, inclusive sexual, psicológica e institucional, bullyng, entre outros. “É preciso preparo técnico, equilíbrio emocional e humanidade. Não existe fim de expediente para quem protege vidas”, frisou.
A coordenadora enfatizou que os números assustam e demonstram a necessidade de união de toda a sociedade. “É preciso esquecer siglas partidárias, embates políticos, essa causa precisa que todos levantem uma única bandeira; a bandeira da infância e juventude. Essa é uma causa única que para que seja vencida, precisa união e ação em torno do mesmo propósito. Enquasnto muitos fecham a porta, a gente abre a nossa com coragem. Ninguém escolhe ser conselheiro tutelar por que gosta de lidar com dor e sofrimento, escolhemos por que acreditamos que histórias podem ter desfechos melhores quando existe atuação séria responsável e comprometida com a infância e a juventude”, concluiu.
Edição e Foto: Antonio Brito - Comunicação CVNP
Fonte: CÂMARA DE VEREADORES DE NOVA PETRÓPOLIS